Memento Mori

 Nada mais natural do que morrer. A morte é mais natural que a própria vida, é o estado permanente.

A vida é fugaz, breve, já a morte é eterna e paciente.

A lógica ditaria que nossos cérebros fossem feitos para aceitar essa realidade. Porém quando a inevitável morte chega, vem o choque.

Deveríamos sentir pouco ou nada quando a morte chegasse. Mas nosso cérebro resiste a essa realidade. Nos prega peças: sonhamos que nossos entes queridos estão vivos. Temos dificuldade em entender a situação. Negociamos com um universo que não nos ouve, nem se importa.

A ficha não cai.

Quando cai, o desespero toma conta. Criamos ficções, eufemismos. Foi para um lugar melhor. Está em paz. Descanso final. Agora está com a sua esposa.

Existe apenas a morte. O fim da consciência, de tudo. 

Não vivemos na memória de nossos ente queridos. Essas memórias são só ecos da nossa breve passagem pela vida, ecos e representações de uma coisa que não mais existe em nenhuma forma. Ceci n`est pas una pipe.

Ainda assim, teimamos. Nosso cérebro não aceita.

Não existimos antes de nascer. Não existimos depois de morrer.


Jisei to wa
sunawachi mayoi
tada shinan - Toko


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